sábado, 11 de março de 2017

Boca fechada


            Um provérbio do tempo de garoto que nunca me saiu da mente é: “Boca fechada conserva pé de ouvido fresco”. Ao ouvir pela primeira vez, não entendi, até que fui ensinado. E quantos tiveram o pé de ouvido esquentado por causa de uma língua afiada.
            Minha boca é um túmulo se notabilizou como característica de alguém que guarda segredo, embora, normalmente, seja usada ironicamente. Quem afirmar isso, em grande parte, já contou para a torcida do Flamengo. Pelo menos, se contasse para a torcida de time pequeno, vai lá.
Durante um tempo desenvolveu-se a ideia que falar muito sinalizava domínio sobre os outros. Esse conceito foi se ampliando e, hoje, é sabido que domina o diálogo quem fala menos. Há uma lógica: quem fala menos, erra menos. Quem fala muito, erra muito. Logicamente, que não se pensa em quem faz uso da palavra profissionalmente.
            Provérbios 11.13 registra: “O mexeriqueiro revela o segredo, mas o fiel de espírito o mantém em oculto” Na versão da Bíblia de Jerusalém, temos: “Quem anda tagarelando revela o segredo, é espírito seguro o que retém o assunto”.

            Então, tanto quanto puder, boca fechada. O silêncio, na maioria das vezes, faz grande bem. O peixe morre pela boca e boca fechada não entra mosquito.

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