E o telegrama não chegou*

            O calendário data hoje como 25 de fevereiro de 2016. Há 27 anos, precisamente no mesmo dia em 1989, acontecia minha consagração ao ministério pastoral, na pacata cidade Cardoso Moreira, estado do Rio de Janeiro. Foi uma noite memorável, agradeço a Deus tamanho privilégio.

            Logo depois, todo ano, nesta data ou um dia antes, recebia um telegrama, ou uma ligação e, algumas vezes, uma visita no dia ou próximo dele. Mas este ano, o telegrama não chegou! E não chegará! E nunca mais receberei do mesmo remetente. Ele, desde ontem, descansa no Senhor. Hoje, em Vitória, Espírito Santo, acontecem as despedidas de sua vida.

            Assim era Sillas dos Santos Vieira. Foi o pastor mais atencioso que conheci. Em janeiro do ano passado, quando completamos 25 anos de casamento, recebemos um buquê de flores. Neste ano, no dia, recebemos sua ligação e, com a voz trêmula e cansada, nos abençoou e orou por nós.

            A maior tristeza não é deixar de receber o telegrama. É saber que ele não está mais entre nós, mas o conforto é saber que está com o Senhor, a quem serviu com integridade e amor invejáveis.

            O nome Silas significa “habitante da floresta”. Silas não plantou uma horta, de pequena durabilidade, semeou uma floresta. Como registrou Mário Quintana, “nesses tempos de céus de cinzas e chumbos, nós precisamos de árvores desesperadamente verdes”. Silas é assim!

            “Bendize, ó minha alma ao Senhor, e tudo o que há em mim, bendiga o seu santo nome” – Salmo 103.1.

            Adeus, amigo!

*Homenagem ao Pr. Sillas dos Santos Vieira que descansou no Senhor no dia 24.02.16