quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Pr. Fanini - 4 anos de saudades

Por ocasião da morte do Pr. Osvaldo Ronis, escrevi uma crônica. Leia abaixo:

Fanini e Osvaldo Ronis se encontram no céu

            Antes de ler este texto: Especulações teológicas devem ser esquecidas. Imaginação deve dar o tom da leitura. Personagens são referidas com muito carinho e respeito. Temor a Deus e a sua palavra permanecem.
            Pastor Fanini acaba de sair de um bate-papo com os pastores Belardim Pimentel, Reis Pereira, João Filson Soren e as missionárias Beatriz Silva, Margarida Lemos Gonçalves e Myrtes Matias.
            Caminha lentamente com o polegar direito no extremo do olho direito, como que a meditar... sorri... balbucia... cantarola mais afinado do que quando morou aqui... e, de repente, se surpreende com uma voz: “Fanini, meu seminarista!”. Olha e não se contém de tanta alegria.
            “Osvaldo Ronis, você chegou? Que alegria!”, saúda Fanini e emenda: “Está aqui desde quando?”.
            “Ah, Fanini, acabei de chegar, fiquei surpreso com a recepção, não mereço, mas foi tanta celebração...”.
            “Ah, imagino... espere aí, você chegou agora pouco? Ouvimos o movimentar dos anjos e parecia algo especial. Ouvi um que passou voando perto da gente e dizia que não podia perder porque era importante e que esperou muito tempo para receber você, mais de 100 anos”.
            “Fanini, você disse ‘perto da gente’, quem?”, quis saber Ronis.
            “É que estávamos agora pouco conversando eu, Belardim, Reis Pereira, João Soren, Beatriz Silva, Margarida Gonçalves e Myrtes Matias”, responde Fanini.
            “E onde eles estão, quero estar com eles?”, sugere Osvaldo Ronis.
            “Ih, mestre, é complicado isso, aqui é surpresa uma atrás da outra, a gente não sabe onde e quando vamos encontrar, mas todo tempo você é surpreendido”.
            “Ué, Fanini, mas aquela ilustração que você contava ‘da casa que era construída aqui com o material que a gente mandava da terra’, era tão emocionante...”.
            “Pois é, Osvaldo, ainda não descobri isso, nem sei se é assim mesmo, só sei que é bom demais aqui. Aquele hino ‘Tenho lido da bela cidade, construída por Cristo nos céus’ não é capaz de descrever nem de longe o que é realmente. Mas, espere aí, o professor de Geografia Bíblica era você, eu era evangelista, quem tem que saber localização é você...”.
            “Vamos mudar de assunto:”, interrompe Ronis: “Lembra quando você foi seminarista da Primeira Batista da Tijuca, Igreja que Deus me deu a bênção de pastorear?”.
            “Como não me lembrar, meu pastor, eu era cabeludo e usava lambreta para me deslocar, década de 50, a Helga era Itecista na 1ª Batista de Ramos, Igreja pastoreada pelo Pr. Octávio Felipe Rosa”, destacou sorrindo Fanini.
            “Isso mesmo, e você, aos domingos à tarde, ia ‘namorar’ de lambreta, aproveitava para fazer ‘ar livre’ junto com o Sebastião Peixoto da Silva e Eurico Freitas, vocês eram bem jovens e amigos... ah, tempo bom... as igrejas não fazem mais ‘ar livre’... a verdade é que os tempos são outros e outras formas até mais eficientes tem surgido...”.
            “Mestre, me conte aqui, como estão os pastores, a nossa querida CBB?”, quer saber Fanini.
            “Bem, Fanini, Deus é o dirigente moral da história, mas percebo uma crise muito perigosa: pastores se envolvendo com o pecado, a vocação tem sido vendida e a CBB... Fanini, olha quem vem ali: ‘Manoel Avelino de Souza, me dê um abração!’... que saudades”, sai correndo Osvaldo.
            “É, aqui é surpresa mesmo, ainda não tinha encontrado o Avelino”, balbucia Fanini.
            Os três se abraçam efusivamente e são surpreendidos com uma multidão de anjos, num lindo coral, com vestes brancas, vozes afinadíssimas, cantando: “Disse Jesus: ‘Ide por todo o mundo e pregai o Eterno Dom’ / Da salvação que, com amor profundo, dá o Deus gracioso e bom”. Trocam olhares, são misturados no coral e cada um vai para um canto...

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