quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Escola Bíblica Dominical - Lição de 03 de março 2013*


Lição 9 - Música na Bíblia, 2
Texto Bíblico: Lucas 1.46-55

Introdução
Na lição anterior, estudamos sobre a música no Antigo Testamento, destacando nele, também, o entendimento da expressão “louvor e adoração”, além do destaque para os Salmos. Continuaremos na mesma temática, agora, com ênfase no Novo Testamento.

1. Música no Novo Testamento
Ao ler o Novo Testamento, continuamos a ser advertidos sobre a importância da música na adoração.
Lucas registrou que as milícias celestiais surgiram no firmamento com o seu “glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele ama” (2.14). Fala também que “os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, como lhes fora falado” (2.20). Simeão, já com a idade avançada, louvou entusiasticamente a Deus, ao ter Jesus em seus braços (2.28).
O próprio Jesus, enquanto realizava o seu ministério terreno, foi visto constantemente no Templo, participando dos cultos solenes de adoração, e não há registro algum de que Ele proferiu palavras de reprovação às músicas entoadas para o louvor do Pai celestial. Na noite em que foi traído, inclusive, Jesus realizou a ceia com os discípulos e cantou com eles (Mateus 26.30). Estudiosos registram que foram cantados no fim da ceia os chamados “Salmos de Hallel” (hallel significa “louvor”).
O apóstolo Paulo exortou, em suas cartas, ao ensino com cânticos (Efésios 5.19; Colossenses 3.16). Na prisão, ele e Silas, à meia-noite, cantaram hinos de louvor a Deus e fizeram orações (Atos 16.25).
João, o último dos doze, quando estava no exílio na Ilha de Patmos, ouviu e escreveu sobre uma música jamais ouvida pela humanidade, antes e depois daquele tempo: “Ouvi um som do céu, como o barulho de um grande temporal e o estrondo de um grande trovão. O som que ouvi era como o de harpistas que tocavam suas harpas” (Apocalipse 14.2).
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, a música tem lugar na celebração a Deus.

2. Louvor e Adoração no Novo Testamento
Diferentemente do Antigo, o Novo Testamento não fornece tantos detalhes acerca do culto, da liturgia ou do canto no culto.
No evangelho de Lucas, capítulos 1 e 2, são encontrados os chamados “cânticos de infância”: o de Maria, conhecido como Magnificat (1.46-55); o de Zacarias, conhecido como Benedictus (1.68-79); o dos anjos, que ficou conhecido como Gloria in Excelsis Deo (2.14); o de Simeão, também denominado Nunc dimittis, que equivale a “podes despedir em paz o teu servo” (2.29-32). Todos esses cânticos registrados por Lucas foram entoados quando do nascimento de Jesus, baseados em textos do Antigo Testamento.
O texto que narra o encontro de Jesus com a mulher samaritana é um dos primeiros que fala sobre louvor e adoração no Novo Testamento. Ela tinha dúvida sobre o local em que se deveria adorar a Deus. Jesus a esclareceu com um conceito novo até para os judeus (João 4.23), pois Ele falava sobre a espiritualidade do culto: “adoração em espírito e em verdade”, que é muito mais importante do que hora e lugar.
Na igreja primitiva, louvor e adoração foi considerado atividade diária (Atos 2.42-47). Paulo também se referiu à entrega da vida como ato de culto em Romanos 12.1: “Portanto, irmãos, exorto-vos pelas compaixões de Deus que apresenteis o vosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.
O autor da carta aos Hebreus falou sobre o valor da reunião como igreja de Cristo: “Não abandonemos a prática de nos reunir, como é costume de alguns, mas, pelo contrário, animemo-nos uns aos outros, quanto mais vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10.25).
Apocalipse, último livro da Bíblia, é recheado de referências acerca da igreja e do seu futuro, quando adorará a Deus para sempre (19.1-8). Fato interessantíssimo é que no fim da visão, João assim registra: “Eu, João, ouvi e vi todas essas coisas. Quando as vi e ouvi, prostei-me aos pés do anjo que as mostrava a mim, para adorá-lo. Mas ele me disse: olha, não faças isso, porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus” (22.8,9).
Uma coisa é totalmente enfatizada em toda a Bíblia: Deus é o único que deve receber a nossa adoração.

3. Considerações
A Bíblia dá ênfase à música no culto, mas nem tudo no culto é música. Noutras palavras, o culto não é só música. Outro cuidado que devemos ter é não considerarmos a música como preparação para o culto, pois a música faz parte do próprio culto e deve proclamar a Palavra de Deus com a mesma seriedade e profundidade do sermão. De forma alguma a música no culto deve ser vista como intervalo entre alguma coisa e outra, como descanso para a congregação ou como tempo para a acomodação das pessoas no templo.
Graças a Deus, superamos as antigas insistências de que determinados instrumentos não devem ser usados no culto (o piano e a bateria, por exemplo, em épocas diferentes, foram vítimas desses argumentos). Sabemos que o Novo Testamento traz poucas referências a instrumentos, mas não podemos desconsiderar o fato de que no tempo do Novo Testamento as congregações não podiam gastar muito dinheiro com instrumentos caros, como faziam no tempo do Antigo Testamento. A maior parte das igrejas do Novo Testamento, devido à perseguição, mudava-se e, portanto, dispunha de pouco ou de nenhum tempo para desenvolver a música ou capacitar seus músicos. Não devemos esquecer, também, que as igrejas do Novo Testamento, em seus primeiros passos, usaram, tanto quanto possível, o mesmo programa dos tempos do Antigo Testamento, pois a maioria dos cristãos era constituída de judeus.
A música, além de ser uma bênção no culto coletivo, também deve ser usada como expressão de sentimento devocional do nosso coração e de consagração ao nosso Salvador. A música também deve ser empregada no lugar secreto de nossas devoções particulares, quando temos comunhão com Deus e nos derramamos em sua presença.
Não devemos menosprezar o valor didático da música. Regra geral, ela fica mais na mente do que o sermão. A música é um meio eficiente para a pregação do evangelho. Certa ocasião, André Fletcher disse: “Dai-me o direito de compor as canções de uma nação e eu não me preocuparei com quem faz as suas leis”. A música tem grande poder de influência. Devemos utilizá-la com sabedoria.
A música, ou qualquer outro assunto, não deveria causar divisões na igreja. Tudo tem o seu tempo e qualquer fato novo tende a ser rejeitado de início. É comum e lamentável ouvir de divisões por questões culturais. A igreja é uma comunidade e, como tal, deve ser trabalhada para o equilíbrio. Para que alcancemos esse equilíbrio, não é a cabeça de um e de outro que decidirá por todos. Pelo contrário, a comunidade deve ser ouvida e respeitada.

Para pensar e agir
Num dos cultos na Primeira Igreja Batista no Bairro São João, onde tenho a alegria de servir, juntamente com a minha esposa, fui profundamente tocado quando entoávamos a canção “Jesus, Essência do Louvor” (1ª IB Curitiba). Transcrevo parte da letra, que, certamente, nos provocará à reflexão e ação:

Quando o som se vai tudo se desfaz,
eu me achego a ti para dar-te, ó Deus,
algo de valor, que alegre a ti.
Dar-te hei mais que uma canção,
pois a música em si não é o que queres de mim.
Tu sondas meu interior, sabes tudo que sou
e queres meu coração.
Quero adorar-te com minha alma,
és o meu Salvador, a essência do meu louvor.
Perdão, Senhor, é o que mais quero.
És o meu Redentor, a essência do meu louvor.

Leituras Diárias
Segunda: Salmos 97, 98 e 99
Terça: Salmos 100, 101 e 102
Quarta: Salmos 103 e 104
Quinta: Salmo 105
Sexta: Salmo 106
Sábado: Salmo 107
Domingo: Salmos 108 e 109

*Lições da Escola Bíblica Dominical das Igrejas Batistas da Convenção Batista Fluminense, da Revista Palavra&Vida, escritas pelo Pr. Elildes Júnio Marcharete Fonseca.

*Esta Revista é enviada gratuitamente às Igrejas Batistas da Convenção Estadual.

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