segunda-feira, 27 de junho de 2011

Implicações e Aplicações do Preço Pago por Jesus*

Pr. Neemias dos Santos Lima


I Pedro 1.18-19: “sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo,”.

Introdução:
Ronaldinho foi comprado pelo Manchester United. O valor da transação envolveu milhões de dólares. Beckham, o badalado jogador inglês, trocou de time por uma bolada. Schumacher ganha milhares de dólares por dia. Bill Gates tem a maior fortuna em dólares do mundo. Um adolescente em São Paulo criou uma página na internet que, de tão visitada, foi vendida por 15 milhões de reais.

Nesta vida, embora nunca tenhamos chegado perto, falamos de milhões e milhões de dólares. São valores altíssimos. Para muitos de nós, inimagináveis. Mas houve um negócio que custou um alto preço! Foi a transação mais cara que este mundo já tomou conhecimento. Ninguém e nada podem se comparar a esse negócio. Trata-se da redenção do homem. Da minha salvação, da sua salvação, da nossa salvação!

Consideremos as implicações do preço pago por Jesus:

1 - Objeto Comprado
*Qual é o valor do objeto comprado?

Leiamos Marcos 8. 34-38: “E chamando a si a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me. 35 Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á. 36 Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? 37 Ou que diria o homem em troca da sua vida? 38 Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também dele se envergonhará o Filho do homem quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos”.

           Ainda, leiamos Salmo 49.5-9: “Por que temeria eu nos dias da adversidade, ao cercar-me a iniqüidade dos meus perseguidores, 6 dos que confiam nos seus bens e se gloriam na multidão das suas riquezas? 7 Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, nem por ele dar um resgate a Deus, 8 (pois a redenção da sua vida é caríssima, de sorte que os seus recursos não dariam;) 9 para que continuasse a viver para sempre, e não visse a cova”.

*A lei da procura e da oferta.
É uma lei de caráter universal. Em todos os tempos, em todos os lugares e em todas as circunstâncias, se a procura for grande, o preço é alto. Se for maior a oferta, o preço é baixo. É uma lei universal do comércio.

Pois bem, irmãos, a procura pelo produto chamado homem é muito grande. Há um interessado em adquirir essa mercadoria e faz tudo para conseguir. Oferece prazer, felicidade, vida fácil, caminho largo e sucesso. Uma legião de anjos maus, caídos, destronados, expulsos do paraíso, procura a todo custo dominar a vida dos homens.

Atente para a ousadia na oferta a Jesus: Mateus 4-8-11: “Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; 9 e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. 10 Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. 11 Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram”.

O registro do Dr. Lucas é mais esclarecedor: Lucas 4.5-8: “Então o Diabo, levando-o a um lugar elevado, mostrou-lhe num relance todos os reinos do mundo. 6 E disse-lhe: Dar-te-ei toda a autoridade e glória destes reinos, porque me foi entregue, e a dou a quem eu quiser; 7 se tu, me adorares, será toda tua. 8 Respondeu-lhe Jesus: Está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás”.

2 - A Dimensão do Prejuízo Causado
Os prejuízos causados são incalculáveis. Desordem total em todo o universo. Ao entrar na vida humana, o pecado trouxe conseqüências das mais danosas: medo, separação, corrupção, engano, mentira, brigas, drogas, morte, enfim, um explosão do que não presta como conseqüência do pecado. Pecado que alcançou toda a raça, toda a humanidade, eu e você. Em João 8.5-7, lemos: “Ora, Moisés nos ordena na lei que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? 6 Isto diziam eles, tentando-o, para terem de que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever no chão com o dedo. 7 Mas, como insistissem em perguntar-lhe, ergueu-se e disse-lhes: Aquele dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra”.

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” é parte da teologia paulina sobre esse mal que alcançou toda a raça. Pode-se dar nome mais simpático ao pecado, e alguns têm feito isso (erro, falha, doença, tenho uma dificuldade, tendência, minha carne etc), mas em nada diminui o estrago que esse mal traz para a vida.

Ilustração: Pegue um vidro cheio de veneno, coloque um rótulo diferente (tipo xarope de erva) e mande alguém beber. Só um milagre o fará escapar das conseqüências danosas daquele engano. Pecado é sempre pecado, dê o nome que se deseje dar.

Davi foi tão esclarecido quanto aos prejuízos do pecado que disse: “Se eu tivesse guardado iniqüidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido” – Salmo 66.18.

3 – O Valor da Proposta Feita

            Quem morreu na cruz? Foi um homem? Muitos morreram crucificados, inclusive ladeavam Jesus no Calvário dois ladrões. Foi qualquer um? Foi um deus? Ou o próprio Deus? Não foi um homem, não foi um deus, não foi o próprio Deus. Quem foi, então, perguntaria alguém com razão? Foi o Deus-homem. É um mistério para a teologia a encarnação de Deus! Se dissermos que Deus é quem estava na cruz, diminuiremos o valor de sua obra, pois concluiremos que não houve sofrimento físico. Se dissermos que era o homem, teremos mais problemas, pois concluiremos que qualquer um poderia fazer isso e não fomos salvos pela morte do divino. A Bíblia, então, mostra que foi o Deus-homem. Um teólogo disse que nunca um hífen foi tão importante!

           O lance dado por Deus não pôde ser superado por ninguém. Veja o que Filipenses 2.5-11 registra: “5 Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, 7 mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; 8 e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9 Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”.

Conclusão:
           Mas, pr. Neemias, que aplicações eu tenho para minha vida de tudo isso? Vejamos:

1ª - Afastar-se do pecado é uma valorização da obra divina na vida do homem. Deus sente prazer e alegria quando nos afastamos do pecado. Há gente que pensa que Deus sente maior alegria quando nós louvamos o nome dEle. Cuidado: pode-se louvar o nome do Senhor com a vida cheia de pecado. A alegria de Deus é quando nos afastamos do pecado.

2ª - Afastar-se do pecado não deve ser uma atitude penosa, embora seja uma luta, e luta renhida; não deve ser uma atitude carregada de tristeza, embora surjam as lágrimas; não deve ser uma atitude sacrificial, embora requeira-se sacrifício. Afastar-se do pecado deve ser uma atitude prazerosa, alegre, espontânea e natural. Ser de Cristo é ter alegria em abandonar o mal.

3ª - Crer e apoderar-se das bênçãos que o preço alto pago por Jesus nos traz. Não falo de bênçãos materiais tão somente. Elas são lixo perto do que o Senhor tem para nós. Mas, como diz o poeta, “nem tanto ao mar, nem tanto a terra”. Nem lá nem cá! Ao pagar o alto preço, Jesus nos deu bênçãos espirituais inimagináveis. Ilustração: Um jovem realizou um sonho e, depois de ajuntar muito dinheiro, conseguiu comprar um passeio num cruzeiro. Para economizar na viagem, pediu sua mãe que fizesse uma grande quantidade de seu prato preferido e levou na viagem. Era farinha...

           Meu irmão, minha irmã, a sua e a minha alma, a nossa alma vale mais do que o mundo inteiro. Houve um grande prejuízo com a nossa queda. Mas Deus resolveu pagar o preço, alto preço, valorizemos a obra de Deus, fujamos do pecado e apropriemo-nos das bênçãos celestiais.

*Sermão pregado na IBB, dia 10.08.03, domingo manhã, Ceia do Senhor

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